Terça-Feira
Após o roubo do horário, os únicos papéis que se encontravam no quadro eram um cartaz da Proteção Civil, um cartaz do Bar e um cartaz do Clube de Fotografia, que mostrava uma máquina fotográfica e o símbolo de duas cartas - um Ás e um Rei - alusivas ao recente encontro que tinham realizado.
No chão, a única pista visível era um guardanapo usado. O professor Dinis deixou a sua equipa a procurar pequenas evidências, como fios de cabelo ou impressões digitais, enquanto foi ao encontro da inspetora Diana, que havia sido convocada para ajudar neste caso. Diana era conhecida pela sua mente brilhante, tendo resolvido todos os crimes em que trabalhou.
Não havia muito por onde suspeitar nem onde procurar, pois quem cometeu o crime fê-lo de forma quase perfeita, sem deixar vestígios. Sabendo isso, a única coisa que podiam fazer naquele momento era teorizar possíveis cenários - o que fizeram durante todo o dia, sem chegar a nenhuma conclusão concreta.
Entretanto, chegou a noite, serena e calma. Diana passeava pelo parque enquanto revia mentalmente casos anteriores, procurando por algum padrão comum - algo que tinha por hábito fazer. O roubo da Mona Lisa, o desaparecimento da estátua de David ou o mercado negro de Hong Kong: todos esses casos tinham uma pista inicial em comum - uma testemunha que, por acaso, vira algo suspeito, mas não deu importância ao que os criminosos estavam a fazer. Com esse pensamento, respirou fundo e, após uma última olhadela ao parque, seguiu para casa, decidida a procurar por testemunhas no dia seguinte.
Quarta-Feira
Às 7h30, já estvava à porta da escola, pronta e determinada a descobrir cada detalhe. Começou por interrogar o senhor da reprografia, depois a funcionária do bar, auxiliares, professores e, eventualmente, alguns alunos. Até que alguém mencionou que, nesse dia, um grupo de pessoas andava a agir de forma estranha, e que se falava de atividades ilegais a acontecer na escola - embora sem grandes pormenores. Agora, para além de um roubo, parecia haver outros crimes em curso... ou talvez estivessem todos ligados. Diana sabia que precisava de mais informação, por isso continuou a fazer perguntas aos alunos de forma discreta, sem levantar suspeitas. Afinal, sendo jovem, conseguia facilmente passar por uma estagiária.
O dia foi avançando e, já perto do fim das inquirições, um aluno deu uma informação importante: haveria uma festa do “Clube” na sexta-feira, e que, se quisesse saber mais, teria de falar com o “Boss”. Contudo, Diana já suspeitava onde poderia ser. Quando estava a analisar os ficheiros dos alunos, deparou-se com uma planta da escola onde constava uma sala que, segundo rumores, nunca teria sido construída. Agora, com um local em mente, restava apenas esperar pela data certa.
Sexta-feira, 22h30
A noite começava com a chegada da chuva primaveril. À paisana, a polícia aguardava no estacionamento da escola, apenas à espera da luz verde para entrar. Algumas pessoas entravam discretamente nas instalações, e, sem perder tempo, Diana seguiu-as sem levantar suspeitas. Chegou ao local onde, teoricamente, estaria a entrada para a sala secreta: entrou primeiro numa sala adjacente e, ao mover um armário, este revelou uma passagem para o verdadeiro evento.
Música, bebidas e comida - a festa já decorria há algum tempo e havia quem já estivesse a passar mal de tanto beber. Mas o foco estava no fundo da sala: uma mesa de jogo onde se disputava uma partida de blackjack. Como aposta do “Boss”, estava lá o horário da biblioteca.
Sem perder tempo, Diana saiu do local e deu ordens à polícia para avançar, finalizando assim mais um caso resolvido com sucesso. Quem ficou enciumado, por não ter ficado com os louros, foi o Inspetor Martinho, cuja súbita doença por Covid o afastou do caso.
Texto de Francisco Costa, Gabriel Silva e Tomás Maia | 10.º A