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contextualização da atividade

Em março deste ano, a Biblioteca da Madeira Torres lançou aos alunos, desde o 9º ao12º ano, um desafio dividido em duas partes: na primeira pedimos que esboçassem um conto policial e depois, que redigissem um pequeno, mas completo, texto detetivesco.

Agradecemos a todos os alunos que participaram e a todos os professores que tornaram possível a sua participação.

Foram mais de oitenta alunos, dos quatro níveis de ensino, que construíram guiões de vinte e sete narrativas policiais, todas diferentes e (quase) todas verosímeis. Desses esboços de histórias selecionámos oito detetives, cujos autores passaram à final. Na segunda e última parte, o desafio foi partir do crime descrito em https://tinyurl.com/3vuxyfj4, divulgado a todos os finalistas três semanas antes da final, e resolver o mistério. Só no início da prova, dia 29 de maio, foi revelado o que tinha levado sumiço: o Horário da Biblioteca.

Foi uma atividade que divertiu os desafiadores e, estamos convictos, todos os que aceitaram o desafio. Assim, para que por mais leitores também se espalhe a boa disposição, divulgamos aqui os três textos premiados.

Resta-nos referir apenas que, para os prémios, pudemos contar com o patrocínio da Porto Editora e a gentileza do seu representante.

A Equipa da BE MT

A Última Aposta

Terça-Feira

Após o roubo do horário, os únicos papéis que se encontravam no quadro eram um cartaz da Proteção Civil, um cartaz do Bar e um cartaz do Clube de Fotografia, que mostrava uma máquina fotográfica e o símbolo de duas cartas - um Ás e um Rei - alusivas ao recente encontro que tinham realizado.

No chão, a única pista visível era um guardanapo usado. O professor Dinis deixou a sua equipa a procurar pequenas evidências, como fios de cabelo ou impressões digitais, enquanto foi ao encontro da inspetora Diana, que havia sido convocada para ajudar neste caso. Diana era conhecida pela sua mente brilhante, tendo resolvido todos os crimes em que trabalhou.

Não havia muito por onde suspeitar nem onde procurar, pois quem cometeu o crime fê-lo de forma quase perfeita, sem deixar vestígios. Sabendo isso, a única coisa que podiam fazer naquele momento era teorizar possíveis cenários - o que fizeram durante todo o dia, sem chegar a nenhuma conclusão concreta.

Entretanto, chegou a noite, serena e calma. Diana passeava pelo parque enquanto revia mentalmente casos anteriores, procurando por algum padrão comum - algo que tinha por hábito fazer. O roubo da Mona Lisa, o desaparecimento da estátua de David ou o mercado negro de Hong Kong: todos esses casos tinham uma pista inicial em comum - uma testemunha que, por acaso, vira algo suspeito, mas não deu importância ao que os criminosos estavam a fazer. Com esse pensamento, respirou fundo e, após uma última olhadela ao parque, seguiu para casa, decidida a procurar por testemunhas no dia seguinte.

Quarta-Feira

Às 7h30, já estvava à porta da escola, pronta e determinada a descobrir cada detalhe. Começou por interrogar o senhor da reprografia, depois a funcionária do bar, auxiliares, professores e, eventualmente, alguns alunos. Até que alguém mencionou que, nesse dia, um grupo de pessoas andava a agir de forma estranha, e que se falava de atividades ilegais a acontecer na escola - embora sem grandes pormenores. Agora, para além de um roubo, parecia haver outros crimes em curso... ou talvez estivessem todos ligados. Diana sabia que precisava de mais informação, por isso continuou a fazer perguntas aos alunos de forma discreta, sem levantar suspeitas. Afinal, sendo jovem, conseguia facilmente passar por uma estagiária.

O dia foi avançando e, já perto do fim das inquirições, um aluno deu uma informação importante: haveria uma festa do “Clube” na sexta-feira, e que, se quisesse saber mais, teria de falar com o “Boss”. Contudo, Diana já suspeitava onde poderia ser. Quando estava a analisar os ficheiros dos alunos, deparou-se com uma planta da escola onde constava uma sala que, segundo rumores, nunca teria sido construída. Agora, com um local em mente, restava apenas esperar pela data certa.

 Sexta-feira, 22h30

A noite começava com a chegada da chuva primaveril. À paisana, a polícia aguardava no estacionamento da escola, apenas à espera da luz verde para entrar. Algumas pessoas entravam discretamente nas instalações, e, sem perder tempo, Diana seguiu-as sem levantar suspeitas. Chegou ao local onde, teoricamente, estaria a entrada para a sala secreta: entrou primeiro numa sala adjacente e, ao mover um armário, este revelou uma passagem para o verdadeiro evento.

Música, bebidas e comida - a festa já decorria há algum tempo e havia quem já estivesse a passar mal de tanto beber. Mas o foco estava no fundo da sala: uma mesa de jogo onde se disputava uma partida de blackjack. Como aposta do “Boss”, estava lá o horário da biblioteca.

Sem perder tempo, Diana saiu do local e deu ordens à polícia para avançar, finalizando assim mais um caso resolvido com sucesso. Quem ficou enciumado, por não ter ficado com os louros, foi o Inspetor Martinho, cuja súbita doença por Covid o afastou do caso.

Texto de Francisco Costa, Gabriel Silva e Tomás Maia | 10.º A

A Assinatura

Numa segunda-feira comum, ninguém esperava que acontecesse uma situação como esta na Madeira Torres. Um documento de valor incalculável tinha desaparecido do painel pertencente à biblioteca da escola. Os alunos e os professores, ao chegarem ao meio das escadas, deparam-se com um espaço vazio, dado à falta deste documento importante. O horário de funcionamento da biblioteca tinha desaparecido.

A professora Elsa Andrade reportou às autoridades da biblioteca esta situação, que foi levada ao inspetor Martinho. O senhor inspetor ficou empenhado em resolver o mistério, enquanto o professor Dinis substituiu o espaço vazio por uma cópia idêntica.

Elsa, abalada com a situação, seguiu para dar a sua aula com a turma 12ºA e informou-os do acontecido. Os alunos, indignados com o desaparecimento, resolveram procurar quem é que poderia ter cometido este crime e porquê.

Enquanto o inspetor começava a investigação nos corredores silenciosos da biblioteca, os alunos dividiam-se em pequenos grupos, traçando possíveis teorias. Estes observaram as filmagens das câmaras de vigilância e reparam que tinham estado na escola, durante o fim de semana, cinco professores, incluindo o professor Dinis.

Os alunos resolveram reunir todos os professores que tinham frequentado a escola durante estes dias, e questionaram cada um sobre o propósito de terem ido ao local e também se tinham visto algo fora do normal. Uma professora, chamada Ana Paula, afirmou que tinha observado o professor Dinis a mexer no painel no meio das escadas. Ao questionarem Dinis, perceberam que este escondia algo. Este afirmou ter estado a arrumar o painel e negou ter movido o documento do lugar próprio, porém parecia receoso e com ar de ocultar a verdade. Ao investigar mais a fundo, os alunos perceberam que nada estava em lugares diferentes, exceto o papel e confrontaram o professor, que confessou o seu crime logo a seguir. Dinis tinha roubado o documento para seu próprio benefício e pretendia substituí-lo por uma cópia, antes de alunos e professores chegarem à escola, mas não houve tempo. Este contou que o papel continha a assinatura oficial da diretora da escola e que queria a sua assinatura, pois tinha uma enorme paixão e obsessão por ela.

Algumas horas depois, o papel foi encontrado na secretária do professor e este foi suspenso por alguns dias. O documento retornou ao seu devido lugar e a escola voltou a ser a mesma novamente.                                                                                           

 

 Beatriz Francisco e Vitória Silva | 12.ºA

Crime: Horário da Biblioteca foi roubado

Crime: Horário da Biblioteca foi roubado

Detetive: Inspetor Martinho

Suspeitos: Professor Dinis, funcionária Dona Florbela

Pistas: os pioneseses ficaram

Alibis: O professor Dinis deu o alerta que o horário tinha desaparecido e parecia muito afetado com o facto.; as funcionárias encontravam-se nos seus postos, exceto a Dona Florbela, que tinha ido limpar as escadas e se cruzou com o professor Dinis quando este as subia.

Reviravoltas: O professor Dinis acha que não se deve prosseguir com as investigações, pois diz que o inspetor Martinho só lhes está a roubar dinheiro e que não vai chegar a nenhuma conclusão.

Resolução: Após a acusação do professor Dinis, o inspetor Martinho aprofunda a sua investigação na Direção da escola e descobre que este não gosta de acordar cedo e que por isso roubou o horário para poder ir mais tarde para o trabalho, sem ninguém o poder criticar, pois não havia mais horários que pudessem comprovar a que horas a Biblioteca abria.

Numa manhã de nevoeiro D. Sebast… esperem aí, NÃO É ESTA A HISTÓRIA!

Agora sim, numa manhã completamente normal na Escola Secundária Madeira Torres, o professor Dinis encontrava-se a subir as escadas quando reparou que faltava algo no quadro de informações e que se tratava do horário da Biblioteca! Uma das maiores preciosidades da escola, com um valor incalculável!

É então que entra em cena o nosso herói: o Inspetor Martinho, um detetive com um faro aguçado para mistérios escolares!

Logo no começo da investigação, surgiu o primeiro suspeito: o Professor Dinis. Foi quem descobriu que o horário tinha desaparecido e pareceu tão abalado que quase derrubou o café que estava a beber. “Quem roubaria o horário da Biblioteca?”, perguntava-se a si mesmo, com um ar de quem tinha mais segredos que uma enciclopédia.

Enquanto isso, a funcionária Dona Florbela estava a preparar-se para ser interrogada, porque não estava no seu posto. Segundo as colegas, ela tinha ido limpar as escadas ao pé de onde o horário estava, e cruzou-se com o Professor Dinis quando este as subia —Seria essa a pista que Martinho precisava?

Mas as coisas ficaram ainda mais estranhas quando o próprio Professor Dinis disse que a investigação não tinha sentido algum. “O Inspetor Martinho só está aqui para roubar dinheiro à escola e não vai resolver nada!” — afirmou o Professor Dinis com algum desprezo em frente ao Inspetor Martinho.

Martinho, no entanto, não se deixou derrubar pelas palavras do Professor. Afinal, um bom detetive sabe que as aparências enganam. Decidiu então procurar pistas por toda a escola, investigando até os cantos mais escondidos e macabros.

E isso acabou por dar frutos! É verdade! Quando interrogava um funcionário da Direção da escola descobriu que o Professor Dinis não gostava nada de acordar cedo! Isso mesmo — o Professor Dinis tinha “sequestrado” o horário para poder chegar atrasado ao trabalho sem que ninguém pudesse reclamar, já que sem o horário oficial, ninguém sabia quando a Biblioteca deveria abrir.

No fim, o Inspetor Martinho fez uma busca pelo horário na casa do Professor Dinis e descobriu que o horário da Biblioteca era agora o horário da casa-de-banho do Profes… Isto está certo? Bem, há que aceitar! Continuando, descobriu que o horário da Biblioteca era agora o horário da casa-de-banho do Professor Dinis, e devolveu-o à escola, garantindo que a Biblioteca voltasse a abrir na hora certa. O Professor Dinis, sem mais horários para esconder, teve de voltar a usar o despertador, visto que agora tinha um horário para cumprir.

E assim, com o horário no devido lugar, o Inspetor Martinho voltou para o seu gabinete, pronto para o próximo caso!

 

Mário Aniceto, Rui Santos e Tiago Moreira |10.ºA

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